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01/10/2014
CRÔNICA
Professora: Betânia Coelho
Aluna: Greice dos Santos ( Tina Grds) 1° ano 01
GOTAS DE SAUDADE
Depois de um dia cansativo e estressante,
avisto aquele banco no canto da praça na cidade de Guaramirim, onde a sombra de
uma árvore qualquer parece me relaxar, sento tranquila a fim de descansar um
pouco, enquanto espero o ônibus ao som de Nickelback.
Mesmo com fones de ouvido e o volume no
máximo, um barulho atrapalhava meu sossego. Eu havia sentado ao lado do
parquinho onde muitas crianças brincavam. Começo a observar e de repente me
deparo com uma cena em que um garoto pequeno, que aparentava uns 5 anos, usava
roupas simples, mas alegre e feliz, estava brincando no escorregador quando se
descuidou e caiu ao chão machucando, provavelmente, as costas. Chorou muito e
correu em direção da sua mãe, mas algo me chamou atenção.
A mãe do garoto lhe deu a maior bronca por
ter se sujado, mas, logo em seguida ela começou a limpá-lo e fazer carinho nele
tentando o acalmar. Não entendi o porque de ter brigado e depois ter lhe
acariciado.
Mas algo mexeu muito comigo, senti um
aperto no coração, uma certa saudade do passado e também percebi que eu era bem
mais feliz do que aquele garoto e não sabia, nem nunca lembrei de agradecer
minha mãe por tudo que me tem feito.
Quem dera voltar no tempo, bem lá atrás,
quando era pequenina, gordinha e descabelada, na qual minha maior preocupação
era se ia chover e eu teria que ficar em casa sentada assistindo Hantaro, Power
Rangers e outros desses desenhos de antigamente, pulava corda, e meu Deus, como
era uma briga para decidir quem iria bambolear, sendo que todos queriam pular
ao mesmo tempo, andava de bicicleta para lá e para cá, só levantava cedo para
assistir TV e já ia cantando no corredor: “Marmelada de banana, bananada de
goiaba, goiabada de marmelo, Sítio do Pica-pau-amarelo”. E assim se jogava no
sofá, com um copão de Neskwique e um potão de Wafer que naquela época era
chamado de Mirabéu. Passava a manhã toda na companhia de Timão e Pumba, sempre
atrapalhados, Yin Yang Yo com aquela abertura tipo música de Rap, Padrinhos
mágicos sempre me divertindo, Iugy Yo então, nunca entendi nada, mais perdia a
manhã toda assistindo, aiai ô saudade.
Se me machucava, mesmo que era um pequeno
arranhãozinho, eu abria um berreiro ao avistar minha mãe, não sei nem se doía,
mais o simples momento que passávamos juntas enquanto ela tentava me acalmar
assoprando o machucado na ilusão de que ia melhorar, era ótimo, me sentia
especial e achava aquilo legal.
Eu
ficava braba quando não me deixava dormi na casa de uma amiguinha, então
prometia pra mim mesma: “Eu nunca mais vou falar e nem olhar para ela”, mais se
passava meia hora e lá estava eu com os olhos brilhando, inocentemente e já
esquecida da promessa que fará pra mim mesma pedindo algo para comer, háhá,
quem era eu para cumprir aquela bobagem sendo que nem minha lancheira sabia
arrumar sem a ajuda dela.
Poisé, a felicidade nem sempre é
reconhecida no tempo certo. E hoje o
gesto dessa mãe para o seu garotinho foi o suficiente para me fazer esquecer do dia chato de hoje. Aquela
mãe mesmo estando com seus outros 3 filhos além do pequenino, fez questão de
sorrir ao final da bronca, fazendo com que o garoto esquecesse a dor e
sorrisse, ela provavelmente cansada mais que eu por ter que trabalhar e cuidar
das crianças, não negou um sorriso ao filho,
e eu aqui irritada por ouvir crianças felizes brincando em um simples
escorregador, tão cheias de emoção e inocência sem saber que daqui alguns anos
toda aquela infância cheia de brincadeiras e arranhões serão substituídas por
responsabilidades e deveres.
Agora um
sorriso tomou conta de mim, pensando bem, o mundo é maravilhoso, basta sabermos
apreciar e valorizar cada momento.
Greice dos Santos.
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